A cada 60 minutos uma vítima de acidente de trânsito envolvendo moto é atendida pelo Hospital de Urgência de Teresina (HUT). No Piauí, as principais mortes em acidentes de trânsito são de homens, jovens e sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os dados são da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e da Secretária de Segurança Publica do Piauí (SSP-PI) e fazem referência a 2024.
O HUT, apesar de ser uma unidade de saúde municipal da Capital, acaba recebendo os pacientes vítimas de acidentes vindos de outros municípios em que os hospitais não tem estrutura para atendimentos mais complexos, como os vizinhos União e Miguel Alves. Nenhumas das duas cidades possuem fiscalização de trânsito.
No estado cerca de 70% das mortes em acidentes de trânsito envolvem motos. Mais de 72% das pessoas que mataram ou morreram nesses acidentes não tinham a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). 1/3 dessas pessoas estavam sob efeito de álcool.
Segundo a SSP, em 2024, 523 pessoas morreram vítimas de acidentes com motocicletas.
Em entrevista à TV Clube, o diretor de segurança de trânsito da SSP-PI, Fernando Aragão, informou que as principais causas dos acidentes são as “manobras perigosas” como o “grau”, feita quando um motociclista levanta a roda dianteira da moto e anda apenas com a roda traseira no chão. Outro problema são os rachas, corridas de automóveis não autorizadas em vias públicas.
Ainda segundo Fernando, as principais vítimas dos acidentes no Piauí são jovens e muitas vezes, menores de idade. “Os jovens estão envolvidos nesses acidentes, e principalmente nesses ‘rolezeinhos’, então, eles acabam por serem grande parte das vítimas”, disse.
Baixa segurança municipal
Cerca de 38 cidades do Piauí somam um total de 438 mortes no trânsito no último ano. No entanto, apenas 12, dos 224 municípios do estado, têm alguma administração municipal de trânsito. Fernando Aragão destaca que esse é um grande problema a ser enfrentado pelo estado para poder ajudar a minimizar os acidentes no Piauí.
“Nós temos que ampliar ainda mais esse cuidado e os municípios têm de ter essa consciência. Conforme o estado cresce, mais crescem as infrações e a fiscalização é necessária, por isso órgão municipais de fiscalização também são necessários“, disse Fernando Aragão.