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Professora fala sobre importunação sexual praticada por aluno

Redação

No final do mês de setembro, um caso de denúncia de importunação sexual, que teria sido praticado por um aluno contra uma professora, em Teresina, repercutiu bastante. Na época, o suspeito, um estudante do Instituto Federal do Piauí, foi preso –  o caso aconteceu dentro da instituição de ensino.

Nesta semana, a docente Rosemary Farias falou sobre o caso (Veja a Nota e assista ao vídeo abaixo).

No material enviado à imprensa, a professora fala sobre o problema da Importunação Sexual na sociedade e, no seu caso específico, pontua os acontecimentos que aconteceram no dia, no momento do ocorrido.

NOTA PÚBLICA

 Me. Rosemary Farias

 Rosemary Farias, mãe, mulher, casada, servidora pública federal, participante do movimento Frente Popular de Mulheres contra o Feminicídio, venho me manifestar através dessa nota pública conjunta com a Advocacia Popular Piauiense-APP para esclarecer um lastimável fato que aconteceu comigo nas dependências de meu ambiente de trabalho-IFPI.

Relato do ocorrido

 Primeiro momento – a agressão: na entrada do elevador, dia 20.09.2023, por volta das 18:40 um homem estava saindo e, ao segurar a porta do elevador, segurei de um lado e ele também. Ao invés dele sair pelo lado contrário, saiu pelo mesmo lado em que eu segurava a porta do elevador, por trás de mim, deslizando as mãos nas minhas costas com evidente intenção de alisamento de meu corpo.

Ao ser questionado por mim, por que fez aquilo: Por que tocou no meu corpo? Você não tem o direito de tocar no meu corpo, a resposta imediata dele foi “pode denunciar”. Perguntei se era servidor ou aluno, mas não obtive resposta.

Segundo momento – falando com o representante da instituição: fui para minha sala de aula. Após perceber que eu estava nervosa, os alunos perguntaram o que estava acontecendo. Relatei tudo. Chorei em sala de aula. Ao sair da sala, procurei alguém que representasse a instituição para relatar o fato. Relatei e pedi que tomasse as providências devidas. Dei as características do homem que passou a mão em mim, pois poderia ser um visitante, servidor ou aluno. O representante falou que foi uma situação muito chata, mas não tomou nenhuma providência.

Terceiro momento – gravação do primeiro vídeo: após sair da conversa com o representante da instituição avistei o mesmo homem no corredor B3 e solicitei ao representante que falasse com ele, procurasse saber quem era, se estranho, aluno ou servidor. Ele ficou conversando com o estranho. Percebendo o diálogo que parecia amigável, me aproximei e reiterei o que havia dito no elevador, que havia passado as mãos nas minhas costas. Ele poderia pedir desculpas pelo que fez, mas nesse momento ligou o celular e começou a gravar. Me ofendeu me chamando de mentirosa, de forma leviana. Indignada, respondi que não era mentirosa. Sou responsável, cumpro meus deveres como docente, sou servidora pública federal, pedi que me respeitasse. Após minha fala ele determinou: “baixe seu tom de voz”. Me senti acuada, intimidada e coagida.

Quarto momento – a denúncia: retorno para minha sala para continuar meu trabalho . Pedi apoio ao sindicato de minha categoria e, seguindo a orientação liguei para o 190, para denunciar. Acompanhada do advogado do Sindicato fui registrar BO, o homem foi conduzido para Central de Flagrantes de Gênero. Na Central de Flagrantes de Gênero o homem, produziu o segundo vídeo demonstrando que estava algemado. Não sabemos como foi permitido que ele gravasse o segundo vídeo nas dependências da Central de Flagrantes de Gênero. Com uma das mãos algemadas ele se colocou como vítima tentando inverter a situação, me acusando de estar fazendo uma coisa errada com ele, diz “ela vai segurar o rojão” e “pede para circular o vídeo nos grupos do IFPI”. Não reconhece que cometeu um comportamento passível de avaliação à luz da Lei. Ao analisar os fatos a autoridade policial tipificou a conduta como “Importunação Sexual”, confirmada pelo BO.

Quinto momento – publicação e viralização dos vídeos: Sexta, dia 22 de setembro fiquei sabendo através de amigos que fora postado e compartilhado em grupos diversos da instituição e da advocacia, viralizando os vídeos. Os dois expondo minha imagem, minha integridade moral, psicológica e da minha família.

Sexto momento – publicação e viralização dos vídeos nos portais da capital e possivelmente de fora.

Sexta, dia 29.09.2023, vários portais de Teresina replicaram os vídeos. O primeiro, editado de forma maldosa, excluindo a parte em que ele determina que eu baixe meu tom de voz. O segundo colocando-se como vítima algemada por um capricho de uma professora, incitando que o público questione o meu caráter. Essa veiculação teve o propósito de me prejudicar, atraindo internautas que fizeram comentários desrespeitosos, lesbofóbicos, manifestando etarismo, e misoginia, que é o ódio ao feminino.

Avaliação de uma mulher indignada

Toda mulher sabe distinguir quando seu corpo é tocado de forma inapropriada, reclamei na hora desse homem que absurdamente deslizou sua mão em minhas costas, poderia ter sido com qualquer adolescente ou mulher da minha instituição de ensino, mas aconteceu comigo, todo mundo conhece meu comportamento e minha seriedade na condução de minhas responsabilidades.

É inconcebível que um homem de 31 anos de idade, que está na instituição de ensino para aprender desenvolvimento de sistemas, tenha o comportamento tão aviltante de deslizar a mão nas costas de uma docente, mãe, casada e com longo trabalho prestado à formação profissional de jovens e adultos.

Eu fui levianamente atacada de mentirosa, sou uma servidora pública federal cumpridora de minhas responsabilidades, ser atacada de mentirosa foi profundamente desrespeitoso e feriu a minha dignidade profissional de quase 27 anos de serviços prestados com muito zelo, compromisso e dedicação ao ensino profissional na minha instituição.

Infelizmente esse homem maliciosamente publicou em grupos de WhatsApp da minha instituição e fora dela a indignação de uma mulher, mãe, casada há 30 anos, docente, extensionista, pesquisadora, dedicada à sua família, trabalho e estudos.

Esse homem, editou o vídeo que ele publicou, pois retirou a parte que ele se aproxima de mim e determina que eu baixe meu tom de voz. Ele não representa o público estudantil da minha instituição, não representa nossos estudantes que são respeitosos, educados e cumpridores dos deveres de estudantes, portanto esse comportamento abusivo desse homem deve ser repreendido sempre! Foi isso que fiz, estou no meu papel de docente, mulher, mãe e esposa repreendendo um comportamento abusivo de um homem que se diz estudante de sistemas e não cumpre o decoro esperado de um estudante de uma instituição que, há mais de 113 anos vem trabalhando para formar profissionais e cidadãos comprometidos com a ética e transformação social, eu faço parte dessa história há mais de 30 anos, pois fui estudante da minha instituição e sempre tratei com muito respeito todos os meus professores e colegas, dessa forma é inaceitável o comportamento desse homem que se diz estudante da minha instituição de ensino e que age com desprezo, falta de respeito e educação com a docente em pleno horário de trabalho.

 

 

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