Clarice Lispector é uma autora que marcou a geração de 1945 (fase final) do movimento literário modernista. Ela nasceu na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920, mas por ser de uma família de Judeus que vinha a sofrer de falência e perseguição religiosa durante a Guerra Civil Russa, mudou-se para o Brasil aos dois anos de idade. Viveu a infância feliz e sábia em Recife-Pernambuco e aos quatorze anos foi morar no Rio de Janeiro onde conseguiu concluir os estudos, ingressar na faculdade e se firmar como escritora, jornalista e diplomata.
Em sua última entrevista, Clarice revelou que no início de sua carreira muitas vezes foi a diversos jornais com alguns de seus contos, pedindo que publicassem e alguns redatores de jornais até duvidaram da originalidade de sua autoria a ponto de falarem: “você copiou ou traduziu de alguém?”…
Seus contos são conhecidos por serem voltados às relações cotidianas e questões psicológicas do ser humano. Muitos deles são narrados em primeira pessoa, outros com aparições de personagens criados por ela, mas algo que é comum nas obras de Clarice é a epifania- reconhecimento que um personagem passa, compreendendo a essência de algo, e vem sempre uma revelação à tona.
Suas obras são profundas, há quem compreenda, há quem não compreenda. Na entrevista, ela diz que professores universitários chegavam até ela e diziam não entender certas obras, ao mesmo tempo que jovens iniciando a faculdade afirmavam que a mesma obra era seu livro de cabeceira. Isso se dá pela impessoalidade que a autora conduz durante suas narrações.
No conto “amizade sincera” (pág. 13 à 16 do livro “Felicidade Clandestina) Clarice fala da sua amizade com um piauiense que vale a pena ler para compreender que “amizade é matéria de salvação”.
Clarice Lispector, “Felicidade clandestina”. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Clarice Lispector morreu em 09 de Dezembro de 1977 (Um dia antes do seu aniversário de 57 anos), vítima de um câncer de ovário. O clique cultura homenageia a escritora e chama a atenção para sua última entrevista, que mais parece uma despedida. (Clique aqui para assistir a entrevista).
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