A dupla de cantores evangélicos Erismar Camargo e Wellington Camargo, primo e irmão, respetivamente, da dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano se apresentará em União nesta quinta-feira, 26 de setembro.
O show terá entrada gratuita e está previsto para as 19:30 na Igreja Evangélica Filadélfia, na Rua 7 de setembro. Wellington Camargo é deficiente e traz na sua história o testemunho de sua própria vida quando foi sequestrado há 20 anos e os sequestradores cortaram uma das suas orelhas e enviaram para a família do cantor.
Sequestro
Wellington foi sequestrado há 20 anos, em Goiânia, em um caso que mobilizou todo o país. Em entrevista ao G1 em dezembro de 2012, ele afirmou que os dias de cativeiro não saíam de sua memória. “Até hoje, tenho pesadelo com isso. Por incrível que pareça, ainda sonho que estou sendo sequestrado”, lembrou.
Vítima de uma poliomielite aos 2 anos de idade, Wellington é cadeirante. Na noite de 16 de dezembro de 1998, ele foi levado por quatro homens armados. O cantor, que teve metade da orelha esquerda cortada pelos sequestradores durante os 94 dias que ficou em cativeiro, em uma chácara a 27 quilômetros de Goiânia
Após o sequestro, o cantor afirmou que não anda mais sozinho. “Sempre tem uma pessoa do meu lado. Durante alguns anos, tive medo [de sair de casa], mas aprendi a não ter mais. Só evito sair à noite. Minha vida é diurna. Tenho medo é da violência urbana, a que qualquer pessoa está sujeita”, destaca.
No decorrer das negociações, os criminosos reduziram o valor pedido inicialmente no resgate, de US$ 5 milhões para US$ 300 mil. O dinheiro foi pago em 20 de março de 1999. Wellington diz que naquele dia passou a situação mais desesperadora, maior até mesmo do que quando teve parte da orelha cortada como prova de que estava vivo, uma semana antes.
“O pior momento foi pouco antes de eu ser libertado, porque não sabia o que estava acontecendo. Não sabia se ia ser solto ou assassinado. Eu era um passaporte para eles. E ouvi que eles já estavam com o dinheiro”, lembra. No entanto, Wellington garante que nunca teve medo de morrer: “Eu tive cisma. Na morte, nunca acreditei. Sempre acreditei muito em Deus”.
Música
Morando atualmente em Goiânia, Wellington diz que passa a maior parte do tempo viajando, dedicando-se à carreira musical, que ele iniciou após o sequestro, no fim de 1999. Wellington tornou-se compositor sertanejo, mas agora também é cantor gospel.
Ele já lançou cinco CDs e vendeu mais de 3 milhões de cópias. Em um ano, somou mais de 180 apresentações pelo país.
Fonte: G1